O Novembro Azul é uma campanha voltada à prevenção do câncer de próstata e, também, à promoção dos cuidados com a saúde masculina como um todo. Nesse sentido, não há como não falar sobre a importância de manter os níveis de testosterona adequados. Quando em baixa, o hormônio leva a uma série de problemas, inclusive, à dificuldade de engravidar a parceira.
Neste artigo, com a participação da Dra. Francieli Maria Vigo, ginecologista especialista em Reprodução Humana e diretora da Clínica Effetto, em Caxias do Sul, RS, explicamos essa relação. Para entender, continue a leitura!
Quais são as causas da baixa testosterona?
A testosterona, também conhecida como hormônio sexual masculino, é a responsável pela produção dos espermatozoides. Sua produção ocorre nos testículos, baseada no estímulo das glândulas centrais do eixo hipófise-hipotálamo. Tanto que a concentração intratesticular de testosterona chega a ser de 50 a 100 vezes maior do que a sérica.
“A principal causa na baixa de testosterona, o chamado hipogonadismo, são problemas na sua produção”, afirma a especialista. Geralmente, isso ocorre devido à falta de estímulo por parte das glândulas centrais.
“Outra possibilidade é a existência de uma falha local, ou seja, de uma insuficiência testicular. Nesses casos, o problema tem relação com alguma síndrome genética”, complementa. Além disso, diversas condições clínicas podem levar a baixos níveis de testosterona, como a hiperprolactinemia, a hiperplasia adrenal congênita, entre outras.
Outra causa cada vez mais comum para o hipogonadismo é a suplementação exógena de testosterona. Alguns homens são orientados a fazer uso do hormônio para o tratamento de baixa libido, por exemplo.
Outros optam por usar a suplementação como forma de anabolizante, a fim de obter ganhos em massa muscular. Para tais fins, a testosterona, realmente, se mostra muito efetiva.
Porém, o efeito colateral dessa forma de suplementação é a redução na concentração de espermatozoides. Isso leva à perda do potencial fértil — por vezes, irreversível —, e a impossibilidade de engravidar a parceira.
Consequências da baixa testosterona
Níveis alterados de testosterona levam a prejuízos na espermatogênese e, também, a sintomas como baixa libido, dificuldade de ereção, ganho de peso, redução da massa muscular, irritabilidade, insônia, entre outros. Quase 10% dos casos de infertilidade masculina são causados por esta alteração.
Diagnóstico do hipogonadismo
O diagnóstico do hipogonadismo é feito por meio de uma avaliação hormonal completa. Além disso, realiza-se testes genéticos, especialmente, quando a concentração de espermatozoides (no espermograma) está abaixo de 5 milhões.
Como é o tratamento para o problema?
“O tratamento para o hipogonadismo é realizado em pacientes com, comprovadamente, baixos níveis de testosterona total — dosados, de preferência, pela manhã, em duas ou mais ocasiões”, explica Dra. Francieli. A abordagem varia de acordo com patologia de base.
“Quando a baixa de testosterona é decorrente de um quadro de hipogonadismo hipogonadotrófico (principal doença relacionada), pode-se estimular o testículo para que ele aumente a produção do hormônio. Isso é feito por meio da administração de outros hormônios (gonadotrofinas exógenas, como FSH, LH e HCG). Porém, esse tipo de tratamento só funciona em testículos cuja função esteja normal”, esclarece a especialista.
Quando a origem do problema é devido ao uso de testosterona para anabolizante, o tratamento começa com a interrupção imediata da suplementação e a administração do hormônio HCG (gonadotrofina coriônica). Isso é feito por cerca de seis meses, juntamente ao acompanhamento da evolução nos parâmetros do espermograma.
Como o paciente se sente após a reposição de testosterona?
“A sintomatologia provocada pela baixa testosterona melhora muito. Ocorre uma considerável melhora na fadiga, cansaço, baixa libido, fraqueza muscular e até em problemas como ginecomastia (aumento do volume das mamas) e alteração na distribuição dos pelos”, cita Dra. Carla.
Por outro lado, quando o paciente recebe a reposição de testosterona, o testículo entende que não precisa mais produzi-la. Consequentemente, a produção de espermatozoides também é interrompida.
Qual é a relação entre os níveis de testosterona e o câncer de próstata?
Há até pouco tempo, a reposição de testosterona era absolutamente contraindicada em pacientes com câncer de próstata. Isso porque, pensava-se que isso poderia piorar o prognóstico da doença, aumentando seu estadiamento (duração).
“Porém, novos estudos vêm mostrando que essa relação não é tão direta. Em alguns casos, pode ser seguro fazer a suplementação de testosterona em pacientes com câncer de próstata”, explica Dra. Francieli. Mas atenção: essa é uma conduta reservada, exclusivamente, ao médico (urologista ou oncologista) responsável.
Após o tratamento, é possível engravidar a parceira?
Tudo depende do planejamento. Antes de se submeter a um tratamento oncológico, recomenda-se fazer a preservação da fertilidade. Para isso, existe a criopreservação (congelamento) de sêmen.
No futuro, se houver o desejo de engravidar, o paciente curado do câncer pode recorrer a uma técnica de reprodução assistida. Dependendo das condições clínicas do casal, pode-se realizar uma inseminação intrauterina (IIU) ou uma fertilização in vitro (FIV).
Onde buscar um tratamento para fertilidade em Caxias do Sul?
Como mostrado, baixos níveis de testosterona não são inviabilizam o sonho de engravidar. Caso você seja de Caxias do Sul e região ou tenha disponibilidade para vir ao nosso encontro, conte com a experiência e competência da Clínica Effetto. Somos referência na área de medicina reprodutiva e oferecemos as melhores estratégias para você recuperar sua fertilidade!
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