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RESERVA OVARIANA E MENOPAUSA – Qual é essa relação e a sua importância?

Você sabia que as mulheres já nascem com todos os óvulos? E que a perda ovular se inicia muito precocemente, ainda na vida intrauterina, e é absolutamente ininterrupta? Ou seja, elas passam a maior parte da vida com uma boa reserva ovariana que, quando acaba, leva à menopausa.


Neste artigo, com a participação da Dra. Francieli Maria Vigo, ginecologista especialista em reprodução assistida e diretora da Clínica Effetto, em Caxias do Sul, RS, mostramos essa relação. Para saber mais, continue a leitura!


O que é a menopausa?

“Menopausa é o nome dado à última menstruação. Nesse período, começa a fase do climatério. Se ao longo desse intervalo não ocorrer mais nenhuma menstruação, a mulher é considerada oficialmente na menopausa”, afirma Dra. Francieli.


Essa fase pode ser marcada por inúmeros sintomas que vão além das conhecidas alterações de humor e temperatura. Algumas pacientes se referem a problemas como ressecamento vaginal, dor no ato sexual, entre outros, os quais levam à falta de libido. Além disso, a queda dos hormônios na menopausa pode provocar outros distúrbios, como incontinência urinária. Dessa maneira, a reposição hormonal pode ser necessária para o bem-estar e qualidade de muitas mulheres menopausadas.

O que é a reserva ovariana?

A reserva ovariana é, basicamente, o estoque de óvulos. “As mulheres nascem com milhões de óvulos, sendo que o pico da reserva ovariana se dá na vida intrauterina. Mas, antes mesmo do nascimento, já começam a perdê-los. Essa diminuição se mantém relativamente estável e em ritmo baixo até a puberdade, quando têm início os ciclos menstruais. A partir de então, há uma redução progressiva e contínua dos óvulos”, explica a especialista.

Vale destacar que a reserva de óvulos é geneticamente programada. Porém, ela sofre interferência de uma série de fatores. Assim, a quantidade de gametas femininos pode ser maior ou menor, dependendo desses fatores.

Qual é a relação entre a menopausa e a reserva ovariana?    
      
Quando a mulher passa dos 35 anos, a perda de óvulos se acelera sob dois aspectos: quantitativo e qualitativo. Assim, a partir dessa idade, sabe-se que o fim da reserva ovariana está cada vez mais próximo. Quando isso acontece ela entra, definitivamente, na menopausa.

Assim, a menopausa significa o fim da vida reprodutiva feminina. A média de idade das brasileiras para a entrada nessa fase é aos 50 anos.

“Porém, temos observado, cada vez com mais frequência, casos de menopausa precoce, os quais ocorrem antes dos 40 anos. Do ponto de vista reprodutivo, isso gera um impacto, muitas vezes, irreversível. Nesses casos, se a paciente tiver o desejo de engravidar é preciso aderir a tratamentos como a fertilização in vitro (FIV) com ovodoação ou embriodoação”, diz a Dra. Francieli.

Como o estilo de vida altera a reserva ovariana?

Maus hábitos, como ter relações sexuais desprotegidas, fumar, ser sedentária, entre outros, afetam a fertilidade feminina. Por outro lado, muitas mulheres imaginam que o uso de pílulas anticoncepcionais ou os períodos de gravidez “poupam” os óvulos, fazendo com que tenham uma maior reserva ovariana, mesmo com o avanço da idade. Isso, infelizmente, não acontece.

A perda de óvulos a cada ciclo menstrual acontece ininterruptamente — pelo menos, por enquanto. Isso porque, um dos objetivos de pesquisas em reprodução humana é postergar o início da menopausa, para que as mulheres tenham chances de engravidar tardiamente.

Porém, trata-se de algo ainda muito incipiente. Assista ao vídeo com a Dra. Carla Regina Schmitz Vigo, que também é ginecologista especialista em reprodução assistida e diretora da Effetto, para entender melhor.



Quando é recomendado avaliar a reserva ovariana?

As principais situações nas quais é preciso avaliar a reserva ovariana são:


investigar um quadro de infertilidade;
planejar o adiamento da gravidez (seja por vontade própria ou quando é preciso se submeter a um tratamento que a comprometa).
Para isso, há diversos exames, tais como:


ultrassonografia pélvica transvaginal, para a contagem dos folículos antrais presentes em cada ovário;
dosagens do hormônio folículo-estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH);
dosagem sérica de hormônio anti-mulleriano (AMH) — atualmente, o mais indicado e preciso.
A partir dos resultados dos exames, é possível individualizar a estratégia de tratamento de acordo com o desejo e a necessidade de cada paciente. Portanto, é importante que as mulheres saibam que têm uma reserva ovariana, a qual é única e precisa ser acessada pelo especialista em reprodução. Afinal, trata-se de uma informação fundamental para quem deseja gerar filhos, ainda mais quando se está chegando à menopausa.


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