Quando o assunto é fertilidade, é importante discutir sobre a possibilidade de a mulher possuir miomas uterinos.
Na grande maioria das vezes, miomas são benignos e não trazem sintoma algum. Porém, dependendo do tamanho e da localização, podem causar sintomas desconfortáveis.
Entre eles, destacamos o sangramento menstrual excessivo, dor pélvica e desconforto durante as relações sexuais.
Sendo assim, essa condição pode causar um impacto severo na qualidade de vida das mulheres. Afinal, precisamos considerar as preocupações sobre fertilidade, gestação e bem-estar emocional.
Neste contexto, é essencial compreender a definição dos miomas uterinos, desde os fatores de risco de infertilidade até as opções de tratamento disponíveis.
O objetivo é oferecer uma visão abrangente sobre essa condição relativamente comum entre as mulheres em idade reprodutiva.
O que é e o que pode causar um mioma uterino
O mioma uterino é um tumor benigno que se forma no tecido muscular do útero (miométrio). Essa é uma consequência do crescimento irregular das células nesta região.
Apesar de a associação ser comum, o quadro não deve ser confundido com um câncer.
Além disso, existe uma relação direta entre os hormônios progesterona e estrogênio e o desenvolvimento dos nódulos.
Desse modo, essas formações têm maior probabilidade de diminuir durante a menopausa, quando os níveis de produção desses hormônios diminuem drasticamente.
Sua causa exata não é totalmente compreendida. Porém, a Ciência aponta que fatores genéticos, hormonais e étnicos estão associados ao seu desenvolvimento.
Ainda, não ter filhos (nuliparidade), fazer reposição hormonal, idade e dieta afetam o surgimento de miomas nas mulheres.
Os miomas podem desencadear outras complicações, como anemia, dores pélvicas e infertilidade.
Quais são os tipos de miomas uterinos?
Os miomas variam em tamanho e localização, apresentando classificações distintas conforme a região em que se desenvolve no útero. Estas categorias incluem:
• Subseroso: situam-se na porção externa do útero e não costumam trazer prejuízo à fertilidade. Dependendo do tamanho e localização, estes nódulos podem ainda pressionar outros órgãos, como a bexiga e intestino.
• Intramural: originado nas paredes do útero. Podem causar sangramento excessivo durante a menstruação, mas costumam ser assintomáticos
• Submucoso: caracterizado pelo desenvolvimento no endométrio, ou seja, parte interna do útero. Este é o mioma que preocupa na questão fertilidade de forma mais direta pois pode prejudicar a fixação do embrião no útero, a nidação. Usualmente causam episódios de sangramento menstrual aumentado
• Intraligamentar: se desenvolve entre os ligamentos ao redor do útero, podendo estabelecer conexões com ovários e trompas. Essa localização específica está relacionada com a infertilidade, pois há bloqueios na passagem dos óvulos.
Os miomas, devido a suas múltiplas manifestações e localizações, exigem tratamentos personalizados para cada mulher.
Miomas uterinos: principais sintomas
Muitas mulheres descobrem os miomas uterinos ao realizar exames ginecológicos de rotina. Isso acontece porque trata-se de uma patologia silenciosa.
O aparecimento de sintomas é notável apenas no desenvolvimento de múltiplos miomas ou quando eles são relativamente grandes.
Nestes casos, os principais sinais de alerta são:
• Sangramento vaginal ou menstruação excessiva e longa;
• Dificuldade para evacuar e urinar;
• Dores durante a relação sexual;
• Dores na região pélvica;
• Inchaço abdominal
• Dificuldade para engravidar;
• Varizes e inchaço das pernas em casos mais severos.
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Existe relação entre infertilidade e miomas uterinos?
Apesar de sua natureza benigna, a presença do mioma uterino causa alterações circulatórias na parte interna do útero que podem criar obstáculos para a concepção.
Assim, a concepção e a manutenção da gravidez podem ser complicadas quando essas formações tumorais estão presentes no útero.
Tratamentos para miomas uterinos
O diagnóstico da patologia acontece por meio da ultrassom transvaginal e da histeroscopia.
As duas abordagens permitem a visualização detalhada da cavidade uterina e da região pélvica.
Quando os resultados são inconclusivos, o especialista pode conduzir uma ressonância magnética.
Após a confirmação, a mulher precisará de acompanhamento clínico para monitorar a evolução do tamanho e possíveis sintomas.
A medicação hormonal e a suplementação de ferro são outros tratamentos que ajudam a restabelecer o bem-estar da mulher.
Quando é preciso realizar a miomectomia?
A cirurgia para remover os miomas é recomendada em casos em que os sintomas causados têm um peso na rotina da mulher.
Se a mulher deseja engravidar e os miomas estão impedindo a concepção, a miomectomia é também indicada.
A intervenção cirúrgica varia conforme a localização do mioma. Em miomas submucosos, é possível conduzir a histeroscopia cirúrgica, um procedimento menos invasivo e de rápida recuperação, sendo realizado pelo canal vaginal.
Em miomas intramurais, a cirurgia envolve um pequeno corte no abdômen. A videolaparoscopia, cirurgia conduzida com cortes menores, também é uma possibilidade.
Em alguns casos, o médico conduz a embolização antes da cirurgia.
Tal procedimento não é invasivo e reduz o fluxo sanguíneo que nutre os miomas, possibilitando uma diminuição significativa de seu volume.
Isso facilita a sua remoção e ajuda a aliviar os sintomas durante o tratamento, mas pode levar a redução da reserva de óvulos da mulher, portanto deve ser muito individualizado.
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A importância da clínica de reprodução assistida no tratamento de miomas uterinos
Os miomas uterinos não são um obstáculo absoluto para a gravidez. Todavia, os nódulos podem eventualmente interferir na fecundação ou na implantação do embrião.
Desse modo, as técnicas de reprodução assistida tornam-se uma opção viável para realizar o sonho da maternidade.
Quando há comprometimento uterino, a medicina reprodutiva oferece alternativas para superar desafios associados aos miomas uterinos.
Entre as opções, estão a miomectomia ou a própria FIV. Se o útero for completamente comprometido, a medicina reprodutiva ainda permite o útero de substituição.
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